Entrevistas exclusiva com a Ana Vilela
Se gostou compartilhe!
Este evento Bem-me-Quer é para toda a família, Você acha que vc escreve e canta para
Acho que também. Acho que naturalmente meu som acaba conversando com esse tipo de público até pelo meu jeito de ser mesmo. Eu sou tranquila, e gosto de falar das coisas com leveza nas minhas músicas. Não escrevo PRA isso exatamente mas acho que acaba rolando e eu amo.*
Quando começou sua carreira? Conta um pouco o processo. Sua família te apoiou?
Minha carreira nasceu junto com Trem Bala, então acho que pra minha família foi mais fácil de entender e aceitar hahahaha. Antes eu fazia música pra mim, dentro do quarto, e o sonho de trabalhar com música sempre foi muito freado pela necessidade de construir alguma coisa, arrumar emprego, ajudar em casa. A gente não tinha condições de planejar uma carreira pra mim, era inviável. Então trem bala chegou e tornou tudo muito possível. Em menos de um mês eu já estava fazendo shows e vivendo só da música.
Você ficou conhecida com a música “Trem Bala”. Uma música que emociona as crianças (lembro de meu filho e um amigo quando eram pequenos chorando depois de ouvirem). Como você a compôs? Sua familia tem algo a ver com isso?
Minha família tem muito a ver com isso. Sempre digo que trem bala é um extrato da minha vida. Das coisas que eu estava vivendo naquele momento. Escrevi quando tinha dezoito anos, e muita coisa estava mudando na minha cabeça, na minha vida, à minha volta. É uma música muito pessoal, onde eu falo de coisas muito específicas. No começo foi um choque entender que as pessoas estavam se identificando tão profundamente com a letra, porque pra mim era uma coisa muito particular. Minhas decepções, as coisas que eu tinha aprendido, como eu pensava. E aí eu fui entendendo que na verdade todas as pessoas, por mais diferentes que sejam, experimentam os mesmos sentimentos, as mesmas angústias, se fazem as mesmas perguntas, e muito disso tá ali na letra.*
Vi uma entrevista uma vez sua em que você dizia que você tem um relacionamento de amor e ódio com Trem Bala. Por que?
*Acho que falei isso num momento onde tudo estava muito difícil de entender na minha cabeça. Trem bala aconteceu pra mim quando eu tinha dezoito anos, e acho que inevitavelmente todo mundo me acompanhou virando uma pessoa adulta, entendendo questões que antes passavam só pela despreocupação de uma adolescente e hoje passam por muitas camadas diferentes. Hoje entendo que a relação de ódio não é (e não tem que ser) com a música em si. Eu sofri muito com o hate que começou a rolar em algum momento por causa da trem bala, e foi difícil entender como lidar com isso tudo. Hoje acho que entendo bem melhor que as coisas ruins que as pessoas dizem sobre o meu trabalho são problemas delas, não meus. A música é linda, expressiva, tocou, toca, e muda a vida de muita gente, inclusive a minha. Não existe ódio, só muita gratidão.
Você já falou várias vezes que sofre de depressão e ansiedade. O que voce faz para se manter bem?
Terapia é essencial. Pra mim foi o que mudou tudo, me ajudou a entender as coisas aqui dentro. Claro, quando você tem um diagnóstico de depressão, ansiedade, é importante tratar adequadamente, com terapia, psiquiatra se for o caso, mas acredito que a rede de apoio tem um papel gigante. Estar com meus amigos, a minha família, minha esposa, me ajudou e ajuda muito a manter a cabeça no lugar.*
E a Música “Promete”? Qual foi sua inspiração?
O Pedro. Ele é meu primo, hoje tem oito anos, na época que escrevi a música tinha dois. Desde que ele nasceu ele ficava na casa da minha avó, onde eu morava também, pra mãe dele conseguir trabalhar, e foi a primeira vez que eu acompanhei a chegada de uma criança depois que eu já tinha noção do que isso significava. Ver um serzinho que cabe deitadinho em um braço da gente ir crescendo, aprendendo as coisas que a gente acha simples e pra eles são gigantes, falando, andando, é lindo e mágico. Promete nasceu dessa vivência e desse amor que foi crescendo. A gente é apaixonado um no outro até hoje, quando eu vou pra lá, ele é meu grude.
A Ana Vilela de hoje é a mesma da que fez Trem Bala? Por que?
Não, porque ninguém é, eu acho hahaha mudança é uma coisa que faz parte da vida. Quer dizer, se eu com 25 anos tiver a mesma cabeça que eu tinha com 18, tem alguma coisa errada. Eu acredito muito que a gente vive pra aprender, pra mudar, evoluir né? Isso é natural, tem muita coisa diferente em mim da Ana de 18 anos, e que bom!
O que Ribeirão Preto pode esperar no show do dia 12?
Um show leve, cheio de música linda, pra família toda curtir nessa data tão gostosa né? A gente vai tocar as que não podem faltar, claro, mas apresentar também o disco novo que tá lindo e eu tô amando tocar! Tô muito ansiosa e acho que vai ser lindo.
O Festival Bem-me-Quer acontece no Dia das Criancas, 12/10, a partir das 9h, na AABB Ribeirão Preto.