Ansiedade e Depressão na infância – Novos Comportamentos

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Os Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes da Nova Geração

 

Nós já sabemos que com a pandemia houve um aumento significativo dos transtornos de ansiedade e depressão da população em geral, inclusive entre crianças e adolescentes que vêm apresentando novos sintomas comportamentais.

A pandemia, por meio do isolamento social, desencadeou uma explosão de crises de ansiedade e depressão nessa faixa etária. Essas crises por sua vez acabaram por reforçar esse isolamento de crianças e adolescentes que, se antes era um problema, atualmente se agravou.

Segundo Priscila Dossi, médica psiquiatra, com especialização em infância e adolescência pela UNICAMP diz que hoje a maior queixa dos pais, também motivo para trazer seus filhos ao consultório presencial ou virtual, é o fato de que as crianças e adolescentes estão claramente mais ansiosos e isso se manifesta por meio de agressividade, excesso de comida, inquietude, insônia, irritabilidade. Também tem sido cada vez mais comum, o isolar-se em seus quartos, dormindo ou com pouca interação social.

Piscila Dossi

A interação, muitas vezes, acontece exclusivamente na internet, em redes sociais, através de celulares. “Há aquele grupo que passa o dia entretido principalmente, com jogos violentos, e há aqueles adolescentes que ficam mais no Tik Tok ou no Instagram. Muitas vezes não enxergam a vida como ela é, mas idealizam algo que só existe no mundo virtual, como se no “Instagram”, a vida fosse perfeita, mas que não condiz com a realidade, e quando esses jovens vão para fora de casa, seja na escola ou na vida profissional, e tem algum contato com a realidade, começam a considerar então, a falta de perspectiva no futuro. Esse é o perfil dos pacientes deprimidos, ansiosos e com outros transtornos que tenho atendido no consultório”, explica a médica.

Além dos sintomas de ansiedade, conhecidos nas crianças, como alterações no apetite, dificuldades do sono, desânimo, dores de cabeça, e nos adolescentes, como a falta de concentração e medos excessivos, outros sintomas tornaram-se mais intensos devido as consequências da pandemia, como o aumento da incapacidade de lidar com os próprios sentimentos, principalmente com as frustrações, o isolamento social e o vício em telas.

“O isolamento, que já existia, foi piorado pela pandemia, as aulas on-line foram situações muito difíceis, e a readaptação das crianças e adolescentes nas escolas e na vida social está sendo um pesadelo para os pais”, explica.

“Crianças e adolescentes precisam de equilíbrio e ordem, de uma rotina saudável e, no entanto, repentinamente, notamos que um novo conceito de normalidade vem destruindo o que existia. Como tudo é muito novo, continuamos com os mesmos protocolos de tratamento, com as mesmas medicações, com algumas modificações, e intensificação das indicações para as terapias e para os cuidados mentais”, finaliza Dossi.

 

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