Seis dicas para aproveitar as férias com as crianças com mais brincadeiras e menos tempo nas telas
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Mestre em Psicologia Positiva, Adriana Drulla defende que é possível adotar formas de entreter melhor as crianças e aproveitar o tempo livre para aumentar o vínculo entre pais e filhos
Julho mês de férias escolares e para muitas famílias que não podem viajar nesse período fica a dúvida de como entreter os filhos no tempo livre e, ainda, evitar que fiquem o tempo todo diante das telas de computador, celular ou tablet. Afinal, a ociosidade também é um problema para as crianças, assim como o uso excessivo de tecnologia.
Segundo Adriana Drulla, mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da Pensilvânia e especialista em Parentalidade Consciente, é possível adotar algumas formas de entreter melhor as crianças. Quanto ao uso de telas, Adriana recomenda que os pais estabeleçam um limite para o uso, mesmo que ele seja mais flexível. “Tempo de tela é coisa séria. O uso excessivo pode diminuir o engajamento da criança em atividades necessárias para seu desenvolvimento (como a leitura e brincadeiras de imaginação), além de interferirem na socialização com a família e impactar negativamente na quantidade e qualidade do sono, por exemplo. O cérebro da criança ainda está em desenvolvimento e para isso ela precisa brincar e interagir com pessoas de carne e osso. As habilidades socioemocionais não podem ser aprendidas no celular. O uso excessivo de telas pode impactar negativamente a capacidade de foco e atenção, podendo prejudicar o aprendizado, gerar ansiedade e problemas comportamentais. E o uso de redes sociais, especificamente, pode impactar negativamente a autoestima, tornar a criança mais influenciável, mais dependente da aprovação alheia e mais suscetível a bullying”.
Seguem 6 dicas para quem quer aproveitar as férias com os filhos da melhor forma:
1 – Brincar junto, cozinhar junto, até mesmo dividir outras tarefas de casa são exemplos de momentos agradáveis de interação para se fazer nas férias.
2- Construir junto com a criança cantinhos de brincadeira em que estejam disponíveis jogos de tabuleiro, jogos de montar, massinha, materiais de pintura e livros, também é um bom recurso. E, na medida do possível, incentivar o engajamento da criança com essas atividades sentando junto e brincando com ela.
3 – Explique a razão do limite do uso de telas de uma forma que a criança entenda, ou seja, explique que o uso excessivo de tecnologia faz mal. Você pode usar livros ou mostrar vídeos apropriados para a idade dela, que falem sobre os efeitos do uso excessivo de telas, por exemplo. Ou então você pode explicar com suas próprias palavras de uma forma que ela compreenda que o limite é para o bem dela, e não uma punição.
4 – Se a criança tiver o próprio tablet ou celular, programe o dispositivo para que ele desligue ao fim do tempo acordado. É muito melhor que o dispositivo desligue em vez de você ser a pessoa a controlar o tempo e exigir que a criança saia do aparelho. Se isso não for possível, combine com ela que vocês programarão um despertador que os avisará ao fim do tempo.
5 – No início, é comum que a criança proteste e peça mais tempo. Se isso acontecer, lembre-a sobre o combinado e a razão dele existir. Acolha a frustração dela com compreensão e gentileza, mas seja firme com relação ao limite. Amanhã ela poderá jogar novamente.
6 – E, novamente, incentive outras atividades prazerosas, por exemplo, organizando atividades com os brinquedos favoritos da criança, e brinque com ela. Afinal, mais do que estar mais presente, é importante aproveitar esse tempo a mais para criar vínculos, criar conexão de modo que as crianças se sintam verdadeiramente acolhidas. O vínculo com os pais é um dos principais fatores que suportam a resiliência emocional da criança, que é a capacidade da criança de enfrentar desafios de forma construtiva”.
Adriana Drulla é Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, e especialista em Compaixão e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP. É formada em Conscious Parenting, por Shefali Tsabary, psicóloga referência mundial em parentalidade consciente.