Apagão Sexual, frequente em jovens adultos, pode comprometer outras áreas da vida profissional
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Fenômeno tem chamado atenção de psicólogos, empresas e profissionais de RH
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Karolinska na Suécia, em parceria com a Universidade de Indiana, em 2020, 30% dos homens entre 18 a 24 anos não tiveram relações sexuais em doze meses. Para o estudo, foram feitas entrevistas com 9.500 pessoas. Em 2002, em um levantamento conduzido pelo mesmo instituto, a abstinência entre meninos era de 18,9%. Já com as meninas, a abstinência pulou de 15,1% para 19,15% em 2018. Essa redução está ligada ao fenômeno chamado Apagão Sexual – que descreve um declínio na atividade sexual, especialmente entre jovens adultos. Essa abstinência tem atraído psicólogos e está cada vez mais presente em debates entre empresas e profissionais. A psicóloga Priscilla Souza explica como ela pode comprometer áreas da vida pessoal e profissional.
A pirâmide de Maslow apresenta as necessidades básicas do ser humano como água, ar, sono, comida e sexo. No contexto histórico, Maslow dizia que enquanto um desses itens não fosse preenchido de maneira correta, os seres humanos não conseguiriam progredir. Priscilla aponta que falar sobre sexualidade é muito mais do que apenas a relação sexual, mas também, é falar sobre autoestima, intimidade e energia vital. Ou seja, vai além da mera satisfação física, está ligada à liberação de neurotransmissores.
A falta de alguma dessas necessidades pode afetar o profissional em seu ambiente de trabalho. A especialista afirma que essa manifestação não é algo novo e nem gerado pela globalização, no entanto, a tendência das empresas, em relação à preocupação em resultados e desempenhos, é impulsionar uma mão de obra mais robotizada. “As lideranças são muito competitivas, elas só focam no trabalho para ganhar maiores salários e param de pensar na vida pessoal porque pensam que ela não é importante. Chega um ponto que ele vai ter que parar e voltar do início. Não há como dividir as capacidades, não dá para pegar uma área da vida e ser bem sucedida nela sem prejudicar as outras”.
Nesse cenário, para a psicóloga, líderes e profissionais de RH devem buscar maneiras de proporcionar um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Reconhecendo atividades de lazer, relacionamentos e convívio com as pessoas como uma abordagem saudável para os indivíduos e organizações.