Intervalos sem celular: medida tomada por escola faz com que alunos tenham mais interação em grupo
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O horário do “Intervalo”, mais conhecido como “Hora do Recreio” é um momento muito esperado pela maioria dos alunos das escolas do mundo inteiro. Os minutos de pausa são usados para se alimentar, conversar com os amigos e relaxar. Mas, a coordenação do COC JS, em Serrana, começou a perceber que os alunos, depois que voltaram da pandemia, estavam cada vez mais conectados aos seus celulares. Aquele barulho de criança correndo, brincando e gritando já não era da mesma forma como antes deles conhecerem as aulas online. Pensando em uma forma de fazer com que tudo voltasse ao “normal”, a instituição de ensino pediu que os alunos não usassem celular na hora livre. O resultado foi maior interação e o barulho voltou a reinar na escola.
“A pandemia fez com que os alunos se acostumassem com o contato virtual. Era possível que os alunos estivessem em um mesmo local e conversando pelo celular. Entendemos que foi muito tempo com medo do contato físico e da aproximação com o outro, mas sempre houve carinho e respeito, então o jeito foi pedir que nossos alunos não usassem o celular durante os intervalos”, diz Meire Teixeira, diretora executiva da escola.
De acordo com a psicóloga Gizelda Dias, as crianças e os jovens foram muito afetados pela pandemia da Covid-19, principalmente por conta dos embates internos, conflitos, dúvidas, medos e a busca de uma identidade e uma aceitação. “Muitos jovens hoje se sentem muito sozinhos. Os pais precisam ficar atentos à mudança de comportamento, de humor e isolamento. Muitos vão deixando de participar da rotina da família. A família precisa buscar dialogar, acolher e validar que o sofrimento desses jovens é real e se isso tiver acontecendo é preciso considerar a ajuda de um profissional”, explica.
Dias também acrescenta que muitas vezes quem ajuda a criança ou o adolescente é um amigo próximo que, muitas vezes, é até quem faz o alerta para os pais. “Então é preciso que os pais participem ativamente da vida escolar dos filhos e as coordenações das escolas precisam estar atentas para esses problemas”, conclui.
“Vimos que as crianças tinham medo de se conectar umas com as outras, depois da pandemia, e muitas delas eram as mais sociáveis, mas isso tudo está mudando. Temos que nos preocupar com a educação dos nossos jovens, mas não podemos esquecer da saúde mental deles. Ter amigos, brincar, correr, conversar e rir e necessário. Queremos que daqui uns dias lembremos dos prejuízos de tudo que passamos apenas nos livros de História”, finaliza Meire Teixeira.