Com recorde de exportação de cachaça em 2022, empresa do sul aposta em bebidas com diamante de quase R$13 mil e fábrica sustentável

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De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), entre janeiro e novembro desse ano, foram US$ 18,47 milhões exportados, o maior volume dos últimos 12 anos

Uma bebida que surgiu no Brasil entre os anos de 1516 e 1532 e que além de conseguir se manter no terceiro lugar no ranking de destilados mais consumidos no mundo até hoje, tem conquistado cada vez mais outros países. Estamos falando da cachaça, bebida que bateu recorde de exportação em 2022, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). Entre janeiro e novembro desse ano, foram US$ 18,47 milhões exportados, o maior volume dos últimos 12 anos. Além disso, no comparativo com o ano passado, houve um crescimento de 54,74% na exportação da bebida.

O Brasil hoje conta com mais de 6 mil marcas de cachaças espalhadas por todo o país. E para conseguir o feito de se tornar um destilado respeitado mundo afora mesmo competindo com grandes marcas e bebidas clássicas, as marcas nacionais tiveram que apostar em inovação e receitas elaboradas. “Até então, quando o assunto era cachaça, as pessoas só pensavam em uma bebida industrializada e de baixo custo. Hoje, com a popularização das marcas artesanais, os consumidores tem um outro olhar sobre ela, e esse diferencial acabou atraindo consumidores de outros países”, explica o diretor da Weber Haus, Evandro Weber.

A empresa localizada em Ivoti, no Rio Grande do Sul, existe desde 1848, mas foi quando os netos do criador da marca decidiram criar a marca Weber Haus, em 2001, é que o conceito de criação de uma cachaça mudou completamente. “Com a virada do milênio nossa ideia foi renovar tudo, mudar as embalagens, apostar em novas receitas e em uma nova forma de apresentar as bebidas”, pontua Weber.

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A mudança gerou frutos, e fez com que a empresa ganhasse o mercado internacional. Hoje, as cachaças da Weber Haus são comercializadas na Alemanha, Japão, Bélgica e Inglaterra. Um dos diferenciais da empresa foi apostar em cachaças como se fossem um artigo de luxo para colecionadores e até uma alternativa de investimento rentável.

A cachaça Weber Haus extra premium 12 anos foi lançada em 2013, e além de ter sido envelhecida seis anos em barricas de carvalho francês e seis anos em barricas de balsamo, ela é vendida em uma luxuosa caixa customizada em edição limitada de apenas duas mil garrafas. “No ano em que ela foi lançada, ela custava R$700,00, e agora ela custa R$2.700,00, sendo comercializada no varejo por até R$3.600,00, ou seja, em nove anos, ela teve uma valorização de 520%”, explica Weber.

Evandro Weber, diretor da Weber Haus, na destilaria da empresa, em Ivoti. FOTO: Jefferson Bernardes/ Agência Preview

Seu outro artigo cobiçado pelos amantes da cachaça é a Weber Haus Diamant 21 years old. Numerada em 1.000 garrafas, ela foi colocada nos melhores tóneis da marca em 2000, e só foi tirada em 2021. A bebida vem em uma garrafa no formato de diamante em um estojo de madeira espelhado. A versão com um diamante de 3,65mm incrustado na garrafa custa R$ 12.948,00 e a versão simples sai por R$ 8.948,00. A garrafa de número 0001 foi leiloada por R$66.948,00.

Nova fábrica sustentável

Com o objetivo de conseguir produzir o volume necessário para atender o mercado externo, a Weber Haus começou esse ano o projeto de uma nova fábrica na cidade de Ivoti. O investimento do projeto que deve levar aproximadamente 10 anos é de R$35 milhões. A nova fábrica será totalmente 4.0, automatizada, e com foco na sustentabilidade.

“Nós utilizamos o bagaço, a palha e o caldo que sobra da destilação na produção de um composto que é utilizado como adubo na plantação da cana-de-açúcar”, explica Weber. Hoje, a Weber Haus costuma moer 12 toneladas de cana, e com esse novo projeto, vai ampliar mais 100 toneladas. Além do projeto da nova fábrica, esse ano, a Weber Haus decidiu criar o setor de inovação. Com o objetivo de evitar perdas ou prejuízos por conta de decisões precipitadas, a destilaria adotou uma ferramenta utilizada pela Nasa em seus projetos.

 

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