Covid-19: Nova cepa é altamente mutável

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Estamos tentando retomar o convívio social. Parecia que o vírus tinha dado uma trégua, mas uma nova cepa, denominada Ômicron, já circula nos quatro continentes. A variante é altamente mutável e ainda não se sabe se as vacinas existentes atualmente são eficientes para combatê-la.

A variante foi identificada pela primeira vez  na África do sul, somando 77 casos. No sul do continente, em Botsuana, são quatro confirmações, todos de estrangeiros. Na Ásia, um caso foi registrado em Hong Kong e outro em Israel. Também há duas infecções confirmadas na Austrália, na Oceania. Neste final de semana, um passageiro que chegou ao Brasil, vindo da África, foi detectado com Covid-19, mas a Anvisa (Agência Nacional de Saúde) ainda não identificou se é a  nova variante.

As autoridades dos Países Baixos estão investigando a presença da variante Ômicron em 13 dos 61 passageiros que chegaram da África do Sul. O país isolou todos os passageiros de dois voos que partiram de Johanesburgo com pessoas que testaram positivo. Novos testes serão realizados para a certificação que os demais passageiros não estão infectados pela nova variante.

Na manhã deste domingo (28), através de uma live no Instagram, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o Brasil está preparado. “O país conta hoje com 42 mil leitos disponíveis nos hospitais. Gostaria de tranquilizar os brasileiros porque os cuidados com essa variante são os mesmos cuidados com as outras variantes. E a principal arma que  temos para enfrentar essas situações é a nossa campanha de imunização. Nesse particular, o Brasil, como vocês sabem, vai muito bem”, afirmou.

Especialista destaca sintomas de ansiedade entre as pessoas que voltam ao

convívio social e não descarta a necessidade de ajuda profissional para casos mais agudos

A pandemia da Covid-19 modificou por completo a forma como as pessoas se relacionam. Mudanças impostas de forma abrupta, como o isolamento social, suspensão das aulas, home office e cancelamento de eventos, para conter a propagação do vírus, afetaram consideravelmente a saúde mental de milhões de pessoas. Nas primeiras semanas do distanciamento social no ano passado, grande parte da população brasileira apresentou problemas no seu estado de ânimo, 40% se sentiram tristes ou deprimidos e 54% se sentiram ansiosos ou nervosos frequentemente. E os percentuais foram ainda maiores entre adultos jovens (na faixa de 18 a 29 anos): 54% e 70%, respectivamente, segundado dados da Fiocruz.

Agora, a atenção se volta à retomada do convívio com outras pessoas e como esse contato direto pode provocar o surgimento de transtornos ligados à saúde mental e ao bem-estar físico. Maria Teresa de Almeida Fernandes, mestre em Ciências da Saúde, psicóloga e professora da Faculdade Santa Marcelina, explica como a população pode dar mais atenção à saúde mental durante o período de isolamento  e agora, com a retomada das atividades graças a adesão da população pela vacina.

A professora aponta que o distanciamento físico afetou os relacionamentos familiares, sociais e socioeconômicos, ocasionando transtornos mentais, como estresse pós-traumático; transtornos de ansiedade; depressão; síndrome do pânico e outros. Alguns estudos mostram que cerca de 30% das pessoas que tiveram covid-19 desenvolverão algum sintoma psiquiátrico, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A pandemia tornou visível o aumento dos casos de transtornos mentais que já existiam antes da chegada do vírus, deixando-os mais perceptíveis. As análises continuam e vão desenhando a cada etapa de mudanças significativas no novo cenário da população mundial.

Para a especialista, há grupos que podem desenvolver mais transtornos por conta de suas atividades, entre eles, profissionais da saúde. Crianças, idosos, doentes crônicos e pessoas com transtornos mentais e que necessitam de maiores cuidados também estão sujeitos a um maior risco. Além dos prejuízos à saúde mental, existem riscos ao bem-estar físico como detalha a professora: “A ação direta do vírus no sistema nervoso central pode ocasionar estresse pelo período de adaptação, fadiga, falta de ar, batimentos cardíacos acelerados, dores nas articulações, perda do olfato e paladar, dificuldade de concentração e  outros”.

Com o ritmo de vacinação cada vez maior, a volta ao convívio social pode desencadear outros sintomas, afinal, foram quase dois anos reclusos, com convivência por telas de celular e computadores. Ao fim da quarentena entraremos em outro período de  adaptações às novas situações podendo acentuar ou favorecer o aparecimento de novas enfermidades.”A ajuda profissional se torna necessária quando a pessoa percebe prejuízo na sua qualidade de vida e não consegue retomar às atividades diárias”, finaliza Maria Teresa de Almeida.

 

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