Dia do Rock: Geração Z mostra que o rock and roll está longe de morrer
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Nós já explicamos aqui sobre a polêmica entre a Geração Z, os Millenials e tudo que os mais jovens achavam cringe (fora de moda, pagar mico ou brega) nos mais velhos. Na lista constou um item que foi criticado, mas que uma parcela da própria garotada discorda totalmente. Meu filho caçula, Lourenço (12 anos), já veio defendendo: ‘‘eles citaram rock, mãe, porque a maioria é aquele povo que só vive no tik tok e ouve funk” . Aí, gente! Acho que esse menino puxou pra mim e não pra tia e madrinha Ariane dele. ‘’Música de qualidade não fica velha nunca. Não estou querendo falar que um gosto é melhor ou pior, mas a música bem feita sempre vai ter espaço’’, disse ele em tom defensivo. Parece que existe ainda uma polêmica dentro da própria polêmica, mas o que queremos mostrar aqui, neste dia 13 de Julho (Dia do Rock), é que o bom e velho rock’n’roll é amado por crianças e adolescentes em todo o lugar do mundo e bem pertinho de nós tem um monte deles que aprenderam a gostar do estilo musical no aconchego do próprio lar. Aqui em casa eu sempre tive meninos, aos dois anos de idade, pedindo para ouvir John Lennon e Gorillaz. Eles foram crescendo e o repertório e os gostos foram aumentando e se aprimorando.
Para Tiago Adorno (@tiagoadorno), músico, produtor, apresentador da Difusora FM (@difusorafm) e diretor musical da School of Music de Ribeirão Preto (@schoolofrock_ribeiraopreto), o rock and roll está longe de morrer. ‘’O que acontece é que esse pessoal que fica aí em redes sociais, tik tok da vida, não tem acesso ao rock. O rock nasceu na juventude e em cada geração ele se renova. A partir dos 3 anos de idade aqui na escola nós começamos a trabalhar com nossos rockers’’, diz.
Normalmente, a música que é apresentada para as crianças, desde cedo, permanece. Giulia Todeschini (@ppjones.blues), de 8 anos, diz gostar de rock desde sempre. ‘Meu pai tocava gaita pra mim quando eu era um bebê’, diz a guitarrista que é fã dos Beatles e tem como música preferida ‘Love Me Do’, um blues seco com riff (pequeno trecho instrumental que se repete na música) na gaita.
Miguel, meu filho mais velho, nem gosta de falar muito e prefere nem entrar na matéria (acho que esse daí é todinho o pai dele), mas é o que mais gosta do rock. Ele adora me explicar a diferença entre o punk, heavy metal, rock progressivo etc. Eu e Lou gostamos, mas adoramos um rock nutella |(pop tock) também, e a briga pela música no carro é sagrada. Nós temos uma coleção de caixas e caixas de CDs e a escolha pelo carro novo foi se ele tinha ou não CD Player (Eu sei! Tenho Millenials de 12 e 14 anos – risos).
Mira Romão (miraromao08), guitarrista de 12 anos, acha que esse papo de dizer que rock é cringe é pra quem não conhece o estilo musical pelo qual ela é apaixonada. ‘’Eu ouço rock desde sempre por causa do meu pai, mas faz uns dois anos que eu comecei a gostar de verdade’’, diz a guitarrista.
Arthur Morando, baterista de 11 anos, diz que gostar de rock é a melhor coisa do mundo. Rodrigo, pai do Arthur, afirma que o gosto pela música vem de casa, porque também sempre ouviu o ritmo. ‘Mas, fazer música é dele’, afirma o pai que apoia o filho que é fã da banda System Of A Down.
Se em casa a criança não é apresenta ao rock and roll, fica difícil ela conhecer por outros meios, de acordo com o músico e professor de música Fernando Andrade (@nando.andrade.86). ”Hoje temos uma mudança cultural gigante. É tanto que rock’n’roll é, raramente, tocado em rádio, raramente é colocado para se ouvir em uma festa. Hoje, você escuta eletro, você escuta sertanejo. Essa falta da aproximação de se mostrar o rock, afastou as crianças de se entender um pouco da cultura viva e de tudo que ele representa”, diz. Nando, como ele é mais conhecido, é outro responsável pelos meus filhos tocarem e gostarem de música. Aqui em casa, nós o agradecemos eternamente. Se todas as crianças pudessem ter um professor como o Nando em suas vidas, seria bem diferente. Confesso pra vocês que no começo é penoso, eles querem desistir, eles desanimam. Mas, depois que eles se apaixonam, parece mágica.
Nando também fala que a solução é apresentar para os jovens o estilo musical. Eles não tem culpa. ”A rádio toca o que mais vende. Em Ribeirão, nós temos bares como o Villa Dionísio (@viladionisioribeirao) e o Hard Rock (@hrc.ribeiraopreto), que abriu há pouco tempo com esse objetivo. Aqui em Serrana tínhamos o Caipiro Rock (@caipirorockfestival), um evento independente que trazia bandas nacionais e internacionais de uma qualidade gigantesca, que a mídia não transmite. Um dos caminhos para apresentar a música para os mais novos são eventos e uma rádio independente, no caso de Serrana. Mas, não é só o rock que está sumindo. O Brasil é rico de tantos estilos musicais de tantas mesclas de culturas internacionais que vieram migradas e eram apresentados nas festas folclóricas, e já não temos mais esse contato”, lamenta.
Priscila Santana Candido (@pri_santana_candido), tem uma adolescente em casa que não toca nenhum instrumento, mas desde pequena ama rock. Ela, assim como eu (Jousy), é fã do Chorão e do Charlie Brown Jr. A mãe diz que ela mesma, quando adolescente, adorava ouvir Green Day. ‘’Eita, época boa!’’, diz a mãe da Pietra, que já está com 13 anos e aos 9 adorava cantar no carro (vejam se não dá vontade de morder?).
E você? Também acha que gostar de rock é cringe? Conta pra gente!