Odontofobia? Cirurgiões-dentistas falam de alternativas para otimizar tratamentos de pacientes com esse problema

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Você tem medo ou pânico de ir ao dentista? A fobia é um medo intenso e irracional. As pessoas podem ter medo de atividades, objetos ou situações específicas. Pessoas com medo de dentista frequentemente deixam de lado por anos a sua rotina de cuidados com os dentes e a boca. Para evitar isso, acabam convivendo com doenças periodontais, dor e até dentes quebrados ou com aparência ruim.

Para lidar com o medo, somente um planejamento completo e em muitos casos com mais de um profissional pode ser capaz de atender às necessidades da saúde bucal de forma segura e tranquila para os portadores da fobia. “As fobias, se caracterizam como patologias que têm como natureza a necessidade de uma atenção multidisciplinar. Com envolvimento de especialidades além da Odontologia, com psicólogo, médico psiquiatra em casos mais severos, e até o médico anestesista”, explica José Roberto Barone, presidente da Câmara Técnica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Seja pelo medo de contaminação na pandemia ou por situações traumáticas do passado, não é recomendado abrir mão do acompanhamento odontológico. Deixar de fazer as visitas periódicas ao consultório pode acarretar em sérios problemas. “Os problemas mais frequentes encontrados são de cárie, que, muitas vezes, chegam a estágios avançados precisando de tratamentos mais radicais, como a extração”, conta Nelson Corazza Jr, membro da mesma Câmara Técnica do CROSP.

Em situações de muita gravidade, o auxílio de um anestesista faz toda a diferença. “Em casos que se faz o tratamento sob anestesia geral em ambiente hospitalar, o procedimento fica mais confortável e o limite de tempo de intervenção pode ser maior, uma vez que o paciente está sedado e entubado, com controle de respiração e monitoração hemodinâmica”, afirma Barone. “Já tivemos experiências bastante gratificantes com até quatro cirurgiões-dentistas e dois técnicos em Higiene Dental, auxiliados por um médico anestesista e um auxiliar de Anestesia”, relata. Com isso, a vivência do paciente é de cuidado completo em atenção ao seu emocional.

E como sugerir isso a um paciente que já apresenta resistência? “A avaliação e discussão do caso com todos os envolvidos na problemática emocional é a chave para o sucesso das abordagens”, defende Corazza. Fora o trabalho realizado por trás disso. Os exames para o planejamento de procedimentos com anestesia incluem os mesmos necessários a um regime hospitalar para que se conheça a realidade fisiológica do paciente e seus limites orgânicos. Avaliação com clínico geral, cardiologista e o próprio anestesista é o recomendado. Também há o ‘risco cirúrgico’, que é aquele relacionado à sedação. Por isso, é importante um ambiente preparado, com todos os equipamentos necessários para o procedimento e suas possíveis intercorrências. O que acaba resultando em custos maiores do que os tratamentos convencionais.

As abordagens multidisciplinares com sedação para pacientes odontofóbicos surgem como mais uma ferramenta da Odontologia e já são realidade, sendo indicadas para situações específicas onde a qualidade de vida do paciente é limitada pelo medo. Por isso, um acompanhamento completo e humanizado é tão importante para tratar não só do problema de saúde bucal, como também de suas origens.

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