Golpistas se passam por funcionários de bancos para roubar clientes

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Ana Carolina Makul, especialista em direito do consumidor, sugere formas de evitar esse tipo de situação e revela como agir ao cair nesses golpes

Com o advento da tecnologia, o número de golpes digitais realizados no Brasil segue crescendo de forma assustadora. Um dos mais comuns é o golpe em que os bandidos se passam por funcionários da central de atendimento de bancos. Aqui, um suposto funcionário de um banco liga para o telefone das pessoas e informa que houve algum problema com a sua conta.

Os criminosos possuem diversas informações sobre a vítima e sobre sua conta bancária, como nome, RG, CPF, data de nascimento, número da conta e as vezes até dados sobre valores e transações recentes. Com isso, a confiança em relação a ligação é rapidamente adquirida.

Induzindo a vítima a acreditar que a segurança de seus bens está em risco, o golpista pede que ela faça algumas operações na conta pelo próprio aplicativo do celular ou por algum site, obtendo informações ou realizando transações indevidas.

De acordo com a advogada Ana Carolina Aun Al Makul, especialista em direito civil e do consumidor, que atua no escritório Duarte Moral, existem maneiras de se precaver e evitar golpes bancários. “Deve-se ter atenção para não clicar em qualquer link suspeito enviado pelo WhatsApp, SMS ou e-mail, além de desconfiar de ligações telefônicas de supostos funcionários do banco, pois essas instituições não costumam entrar em contato para falar sobre os aplicativos; e, obviamente, nunca se deve fornecer dados de sua conta ou suas senhas bancárias pelo telefone ou por mensagens”, relata.

Ana Carolina Aun Al Makul, especialista em direito civil e do consumidor

Importante ressaltar que, para enganar as vítimas, os criminosos utilizam um emulador que esconde o verdadeiro número de telefone que entraram em contato. Essa ferramenta faz com que no celular da vítima apareça o número da central do banco.

A advogada sugere que após esse tipo de contato, a vítima ligue imediatamente para o banco (preferencialmente de outro telefone) e verifique se se trata de um golpe ou não. Se não houver outro aparelho disponível no momento, recomenda que aguarde aproximadamente 10 minutos antes de ligar para o banco, pois os golpistas possuem uma ferramenta que segura a ligação por um tempo depois de encerrada.

Se o golpe for concretizado, a especialista explica a importância de abrir um Boletim de Ocorrência para registrar e comprovar o fato, possibilitando também que o prejudicado conteste junto ao Banco os valores perdidos. “No entanto, raramente o banco ressarce os prejuízos causados ao cliente por livre e espontânea vontade. De qualquer forma, a comprovação de abertura desta reclamação é importante para um futuro processo judicial”, pontua.

Após a contestação dos valores, a instituição bancária fará uma análise do caso para verificar se entende pelo ressarcimento ou não. Caso não devolva o valor ou não proponha nenhum acordo (que é o que na maioria das vezes acontece), o prejudicado poderá buscar por um advogado consumerista para tentar resolver o problema judicialmente.

Sobre Ana Carolina Aun Al Makul

Advogada com atuação na área cível desde 2012. Graduada na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pós-graduanda em Direito Contratual pela EPD (Escola Paulista de Direito). Atuou em diversos campos do direito civil (predominantemente em contencioso cível), inclusive na área de direito imobiliário e do consumidor, em diferentes escritórios de advocacia na cidade de São Paulo, na Defensoria Pública do Estado de São Paulo e no Poder Judiciário Federal.

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