Inadimplência atinge 29,65% da população de Ribeirão Preto
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Levantamento do IEMB-Acirp mostra que quase um em cada três ribeirão-pretanos não conseguiu quitar as dívidas no primeiro semestre de 2024
Cerca de um terço da população de Ribeirão Preto (29,65%) ficou inadimplente no primeiro semestre de 2024. De acordo com levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial da cidade (Acirp), o índice representa um crescimento de 3% em relação ao semestre anterior e de 2,55% no comparativo com o mesmo período de 2023.
Os cálculos são do Instituto de Economia Maurílio Biagi da Acirp (IEMB – Acirp) e tomam como base dados da Equifax Boa Vista.
“O total de indivíduos sem condições para quitar suas dívidas já é o maior em 2 anos, desde que a pesquisa foi iniciada pelo instituto”, afirma Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp.
Os pesquisadores destacam que o cartão de crédito ainda é o principal responsável pelo elevado endividamento. “As principais dívidas contraídas nesse modo de pagamento são compras em supermercados (alimentos), produtos (roupas, calçados, eletrodoméstico, entre outros), medicamentos, alimentos por delivery e gastos com transporte (combustível)”, destaca Ribeiro.
Em Ribeirão, as projeções mostram que 75% dos inadimplentes financiam a maior parte de suas dívidas mensais com o cartão de crédito, sendo que 53% recorrem ao rotativo nessa modalidade.
Em relação ao perfil de inadimplência, 46,24% dos devedores são mulheres e 45,5% são homens (outros 8,26% não tiveram informações de gênero divulgadas). O perfil etário está concentrado entre os 25 a 49 anos.
Entre os fatores que influenciam o elevado nível de inadimplência na cidade, aponta-se o desemprego, a desvalorização do salário médio e a inflação. Segundo o levantamento do IEMB, 56% dos inadimplentes encontravam-se desocupados, de modo que a ausência de renda fragilizou a capacidade de pagamento desses indivíduos.
“Ademais, verificou-se que nos últimos anos houve uma redução de 10% no salário médio do ribeirão-pretano, fator que unido à inflação crescente dos alimentos no 1° semestre de 2024, gerou uma fragilidade na capacidade de pagamento”, diz o analista.
A inflação acumulada nos itens da cesta básica alimentar em Ribeirão registrou uma alta expressiva de 7,16% entre janeiro e junho de 2024 – o dado é mensurado por meio do Índice de Inflação dos Alimentos, divulgado mensalmente pelo IEMB Acirp.