Livro “(não) Quero de aposentar: desejos e possibilidades em novas paisagens”

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O processo global e inédito de inversão da pirâmide etária, conhecido como Revolução Prateada, já está em curso e o Brasil está na lista dos países das regiões da América Latina e Caribe onde o envelhecimento populacional segue de forma mais acelerada. Em meio ao cenário que se desenrola com desafios importantes em todos os campos da atuação humana, a escritora Lena Nóbrega trilha um atalho na contramão das previsões mais pessimistas em seu livro “(não) Quero de aposentar: desejos e possibilidades em novas paisagens”.

A autora não trata a fase da aposentadoria como um momento derradeiro antes do fim, nem mesmo como um problema a ser superado. Ao contrário, propõe ao leitor caminhos práticos para se viver com qualidade e felicidade já que o momento é oportuno.

Lena Nóbrega descreve as mais diferentes reações das pessoas frente à aposentadoria e nem sempre são positivas. “Há um sentimento de que o melhor da vida já passou, interrogação e receio sobre o que virá, mas é raro as pessoas pensarem em uma fase da vida que pode ser tão boa ou melhor do que as anteriores. Isso parece um olhar construído culturalmente e aí está o risco de se assumir um papel pré-desenhado. Se analisarmos bem, todas as fases da vida sempre dependem da luta de cada um para superar desafios, nem sempre simples, e esta é só mais uma, com as vantagens de quem já viu de tudo um pouco e bagagem para um novo desenho”, comenta.

Em 2018 o Brasil superou a marca dos 30 milhões de idosos, segundo o IBGE. Nos próximos 30 anos, a população com 60 anos ou mais terá um representante a cada quatro pessoas, diz o estudo “Economia Prateada – mapa dos atores e tendências na América Latina e Caribe”,  do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e BID LAB (o laboratório de inovação da organização). Mas no Brasil, e alguns outros países, a previsão é de “quase” uma pessoa com 60 ou mais a cada três indivíduos. Hoje, essa proporção é de um para dez.

A previsão de especialistas do BID é que o grupo dos 60 seja o motor do emprego, do crescimento e da inovação. A expectativa é que essas pessoas voltem às universidades, atuem ou desenvolvam projetos sociais, busquem desafios, profissionais ou não, nas mais diversas áreas. E é exatamente este cenário que a escritora Lena Nóbrega defende em seu livro. Segundo ela, é preciso planejar e buscar qualidade de vida aliada à felicidade, independentemente de encerrar ou não a vida profissional. “Há diversas possibilidades para quem escolhe manter-se em ambiente profissional gratificante e sem exploração: reduzir as horas de trabalho, mudar de área, trabalho presencial, remoto ou híbrido, remunerado ou voluntário. Há também opções para quem não quer vínculo empregatício: realizar um sonho, viajar, adquirir novas habilidades ou simplesmente descansar. Estar bem e bem-estar envolvem todas as alternativas, por isso é fundamental cuidar do físico, da mente, cultivar os vínculos sociais e a espiritualidade”, comenta.

Lena Nóbrega é a assinatura literária de Maria Helena da Nóbrega, professora doutora aposentada da Universidade de São Paulo. Foi revisora de textos e fez resenhas para editoras quando cursava a graduação em Letras, Tradutor e Intérprete. A produção da juventude rendeu prêmios literários, mas o pendor ficcional foi interrompido pelos anos de publicação de artigos acadêmicos. Morou na Inglaterra, Dinamarca e Espanha, a estudo ou a trabalho. Aos 65 anos escreve, dedica-se a trabalho voluntário e cria novas rotinas. (não) Quero me aposentar é sua primeira publicação após a aposentadoria e traz sugestões válidas para os movimentos da vida, tanto as mudanças impostas quanto as desejadas.

 

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