Mito ou verdade: frio desencadeia fome e desejo por alimentos mais calóricos?
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Metabolismo acelerado e regulação da temperatura corporal são alguns dos motivos para a ingestão de alimentos mais pesados e guloseimas
Com a chegada do inverno e a queda dos termômetros, o apetite por alimentos ricos em calorias, carboidratos e gordura aumenta. Efeito psicológico ou necessidade fisiológica? A estação mais fria do ano afeta a atividade metabólica do organismo, já que o corpo produz mais energia para equilibrar a temperatura corporal e mantê-la adequadamente em torno de 36,5ºC. Com o metabolismo acelerado, o corpo envia sinais para o cérebro aumentar a sensação de fome, o que implica em um maior consumo de alimentos.
“É uma sábia resposta do organismo. Como forma de autopreservação, quando o corpo está em contato com uma temperatura ambiente inferior à homotermia, ou seja, temperatura normal do corpo, ele responde com maior gasto calórico para aquecer e restaurá-lo à temperatura ideal. E daí, vem os sinais de fome e desejo por comidas com maior densidade calórica e ricos em carboidratos”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo.
Entretanto, cabe diferenciar a fome fisiológica e metabólica da fome emocional. “Fome é a necessidade fisiológica do organismo de se alimentar nutricionalmente para manter as suas atividades vitais. A fome emocional que sentimos no frio é aquele desejo específico por comidas que aquecem, conhecidas como comfort food. Geralmente, a fome por uma guloseima específica é o desejo psicológico”, complementa Adriana.
Inverno não é um convite ao sedentarismo e à mesa
Por mais que o organismo precise de um maior aporte energético para exercer suas funções metabólicas, é preciso cautela para não cair em tentações e ingerir apenas alimentos gordurosos e nocivos à saúde. “Preste atenção ao seu corpo. Ele nos fornece sinais de fome verdadeira ou quando estamos tristes, entediados ou ansiosos, buscando o conforto e a distração do alimento”, aponta a nutricionista. Confira algumas dicas da especialista para enfrentar as temperaturas baixas.
Hidratação
No inverno, o corpo sofre alterações hormonais que reduzem a sensação de sede. “No frio, fazemos menos atividades físicas e não sentimos tanto calor. Somada à mudança hormonal, o copinho de água fica esquecido”, explica Adriana. Independentemente da estação, é necessário manter-se hidratado para contribuir na absorção de vitaminas hidrossolúveis e proteínas, além de facilitar a digestão. A dica para manter o hábito é deixar sempre uma garrafinha por perto e não esperar sentir sede. É importante também observar a urina, o odor forte e a cor escura são sinais de desidratação.
Vitamina C
Para manter a imunidade e a alimentação de qualidade, é fundamental consumir frutas que são fontes de vitamina C e agem em defesa do organismo contra agentes externos e estranhos ao corpo, como vírus e bactérias, evitando assim gripes e resfriados. O nutriente é encontrado em frutas como limão, laranja, acerola, goji berry, abacaxi, maracujá, kiwi e goiaba, além de vegetais como brócolis, couve e salsa. É possível também a suplementação da vitamina, porém, a nutricionista recomenda que a indicação do uso seja feita somente por profissionais de saúde.
Comida quentinha e adaptada ao clima
Uma alternativa para garantir a comfort food e a sensação de bem-estar com a alimentação é substituir os legumes e as folhas da salada fria por alimentos refogados, feitos no vapor ou, ainda, como sopa. Em relação às frutas, uma dica é aquecê-las no forno ou no microondas e salpicar canela em pó, ótimo termogênio e adoçante, para um docinho mais saudável.
Alimentos termogênicos: aquecendo de dentro para fora
Importantes aliados durante o inverno, os alimentos termogênicos ajudam a elevar a temperatura corporal. Alguns dos ingredientes naturais que aumentam nosso gasto energético são: chá verde, pimenta, gengibre e canela.
Snacks saudáveis para a fome fora de hora
A indicação para a clássica fome no meio da tarde são as frutinhas secas e nuts, que costumam ser mais práticos para carregar e não perdem seus nutrientes e vitaminas. Além do mais, as sementes e nuts também ajudam a diminuir o consumo de doces e salgadinhos nas “beliscadas” durante o dia. “Outra ótima dica é incluir sementes e cereais nas refeições como iogurte, sopas e até na salada de frutas. Chia, linhaça e berries são algumas opções para o cardápio e ajudam a manter a energia e são boas fontes de gordura, aumentando a sensação de saciedade”, explica a gerente de P&D da Jasmine Alimentos, Melissa Carpi.
“As oleaginosas como nozes, amêndoas e castanhas também são excelentes fontes de ácidos graxos insaturados, que contribuem para o nosso sistema cardiovascular e aumentam a sensação de energia. Com mais disposição, menos preguiça e vontade de comer bobagem”, complementa Adriana.
Vontade de doce? É possível
“É comum desejarmos alimentos hiperpalatáveis, ou seja, aquele que possui ingredientes que dão imediata sensação de bem-estar e satisfação. O açúcar é um desses ingredientes”, explica a gerente de P&D da Jasmine Alimentos. Não é preciso abrir mão do docinho, apenas saber escolher com cautela. “A Jasmine tem em seu portfólio diversos cookies e biscoitos saudáveis, integrais e deliciosos, com açúcar mascavo ou zero açúcar, mas que não deixam a desejar no quesito sabor”, acrescenta.
Cereais do bem
“Aqui não entram os cereais cheios de açúcar refinado e corantes!”, alerta a nutricionista. A aveia, além de muito versátil, é rica em triptofano e carboidratos de baixo índice glicêmico que fornecem energia gradualmente e ajudam com a sensação de saciedade.
Xô, preguiça: mantenha as atividades físicas
Um curioso estudo conduzido por cientistas da Austrália e dos Estados Unidos concluiu que “tremer de frio” pode auxiliar na queima de gordura, assim como na prática de exercícios moderados. “Não precisa sofrer! Basta vencer a preguiça e manter as atividades físicas”, explica Adriana. No frio, o corpo tende a queimar mais calorias, já que precisa se manter aquecido. Ainda, o exercício físico em dias gelados apresenta menos riscos à saúde, pois diminue o risco de desidratação e contribue para o funcionamento cardiovascular.