Sete em cada dez ribeirão-pretanos estão endividados
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Levantamento da Acirp mostra que 36,4% dos que têm dívidas apresentam risco de não quitarem as contas; compromissos em atraso já atingem 28,27% dos moradores da cidade
Levantamento da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) aponta que 7 em cada 10 ribeirão-pretanos possuem dívidas e que cerca de 1 em cada 3 está com parcelas em atraso. De acordo com os dados apurados pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi, departamento de estatísticas da entidade, 28,27% da população da cidade (um total de 205.225 pessoas ) possui dívidas atrasadas (inadimplentes), diante de um total de 77,62% (563.469) que possui dívidas.
A perda do controle dos gastos é tal que dos Ribeirão Pretanos endividados, cerca de 36,4% apresenta risco de conseguirem quitar suas dívidas O cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida e é um problema para 53% dos endividados no município.
Os principais gastos no cartão foram de subsistência e domésticos, incluindo compras em supermercados (alimentos), produtos como roupas, calçados, eletrodomésticos, etc., medicamentos, alimentos por delivery e gastos com transporte (principalmente combustível).
Os analistas do IEMB apontam pelo menos três grandes motivos para o aumento da inadimplência e do endividamento registrado, começando pela inflação nos últimos três anos.
A inflação estava em 4,52% ao ano em 2020, mais que dobrou em 2021, batendo 10,06% durante o auge da pandemia. Ano passado, o índice inflacionário anual ficou em 5,79%, ainda bastante impactante para a economia.
Consequência da inflação, o segundo motivo foi o crescimento dos juros, que influenciou diretamente na concessão e operações de crédito bancário (financiamento, empréstimo, cartão de crédito e etc.).“A alta da inflação impacta diretamente no bolso dos consumidores, visto que corrói o seu poder de compra. Para controlar esse aumento, a alternativa é aumentar o juros”, diz Lucas Ribeiro, analista de economia da Acirp.
Arrematando o quadro problemático, há ainda um terceiro fator da crise: o desemprego. “Sem um emprego, a população não conseguiu gerar renda e recorre mais ao crédito rotativo. Vira uma bola de neve. Por essa razão, a Acirp trabalha por um melhor ambiente de negócios que reduza custos e incentive a inovação e o investimento por parte do empresariado local, fatores imprescindíveis para manter a retomada do emprego”, afirma Carlos Ferreira, gestor de Marketing e Relações Institucionais da Acirp.