Setembro em Flor: oncologista destaca importância de campanha e alerta para a prevenção dos tumores ginecológicos
Se gostou compartilhe!
No Brasil, cerca de 30 mil mulheres recebem anualmente o diagnóstico de algum tipo de câncer que atinge o aparelho reprodutor feminino
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), os tumores ginecológicos atingem, a cada ano, mais de 30 mil mulheres, o que representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras, excluindo o câncer de pele não melanoma.
Dentre os tumores que afetam o aparelho reprodutivo feminino, os mais comuns são: colo do útero, endométrio e ovário. Visando reforçar a importância do diagnóstico precoce destes cânceres e a necessidade de acompanhamento médico, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos – EVA, criou a campanha ‘Setembro em Flor’.
Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto e membro fundador do EVA, destaca a necessidade da disseminação de informações sobre a doença. “É importante seguir com esse alerta para as mulheres, uma vez que os tumores ginecológicos são passíveis de prevenção e cura. A alta incidência decorre muitas vezes da descoberta tardia, já que se tratam de tumores silenciosos. Por isso, é essencial o alerta para a prevenção e diagnóstico precoce”, comenta o médico.
Dentre os tumores que atingem o aparelho reprodutivo feminino, no Brasil, o mais incidente é o câncer de colo do útero, geralmente causado pela infecção persistente por tipos de vírus do papiloma humano (HPV) de alto risco. Segundo o Inca, mais de 17 mil mulheres devem ser atingidas pela doença para cada ano do triênio 2023-2025. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, a neoplasia ocupa a sexta posição entre os tipos mais frequentes de câncer. No sexo feminino, é o terceiro mais incidente.
“Geralmente este tumor possui desenvolvimento lento e inicialmente silencioso, podendo não apresentar sintomas em suas fases iniciais. Entretanto, ao evoluir, pode desenvolver quadros de sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias”, explica o médico.
Ainda segundo Dr. Diocésio, o uso de preservativos durante as relações sexuais e exames recorrentes de Papanicolau são importantes meios de prevenção para este tumor, mas a vacinação é imprescindível para uma proteção mais eficaz contra o HPV. “A vacina é indispensável e está disponível no sistema público de saúde para meninos e meninas, com idade entre 9 e 14 anos”.
Tumores do corpo do útero e ovário
O segundo câncer ginecológico mais incidente é o do corpo do útero, que pode ter início em diferentes partes do órgão, sendo o mais comum no endométrio. De acordo com o Inca são esperados mais de 7 mil casos para cada ano do triênio 2023-2025.
Já o tumor ovariano, que ocupa a terceira posição, é o mais difícil de ser diagnosticado e o mais letal. Sua incidência está associada a fatores genéticos, hormonais e ambientais. O número estimado de novos casos da doença no Brasil, para cada ano do triênio de 2023-2025, é de cerca de 7 mil.
Fatores de Risco:
– Câncer do colo do útero: HPV, HIV, tabagismo e constante troca de parceiros.
– Câncer de endométrio: menarca precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (após os 52 anos), mulheres que nunca tiveram filhos, idade acima dos 50 anos, obesidade, diabetes ou que realizaram terapia de reposição hormonal de maneira inadequada após a menopausa.
– Câncer de ovário: menarca precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (após os 52 anos), mulheres que nunca tiveram filhos ou que possuem histórico da doença na família.
Prevenção
A prevenção e o diagnóstico precoce desempenham um papel fundamental na gestão dos tumores ginecológicos.
“Manter um peso saudável, adotar uma dieta balanceada, praticar atividades físicas e evitar o tabagismo podem ser fatores fundamentais para a redução de riscos dos tumores que afetam o aparelho reprodutivo feminino. Estar em dia com as consultas ginecológicas, exames de Papanicolau e testes de HPV também são essenciais para detectar qualquer anomalia”, comenta o oncologista Diocésio Andrade.
Tratamento
”O tratamento destes tumores varia de acordo com o tipo, estádio e gravidade da condição. Entre as alternativas estão: cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias direcionadas. É fundamental que a equipe médica especializada determine o melhor plano de tratamento para cada paciente”, finaliza o médico.