Cerca de 80% dos cânceres endometriais, o mesmo tipo que acometeu a apresentadora Fátima Bernardes, são curáveis

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Flávia do Vale explica que o tratamento inclui cirurgia com remoção do útero, das trompas de falópio e de ambos os ovários. Cerca de 30% por cento das mulheres precisam de quimioterapia ou radiação pós-operatória ou ambos

A apresentadora Fátima Bernardes, de 58 anos, foi diagnosticada com câncer de útero em estágio inicial. Trata-se do câncer de endométrio. De acordo com a doutora Flávia do Vale, médica obstetra, o câncer de endométrio é uma patologia maligna que acomete a camada interna do útero, aquela que descama na época da menstruação. “É um câncer muito comum, o sexto câncer entre as mulheres no mundo. A boa notícia é que é facilmente diagnosticado e cerca de 70 a 80 % de todos os cânceres endometriais são curáveis”, explica.
A especialista esclarece que os sintomas do câncer endometrial geralmente ocorrem após a menopausa. As mulheres podem notar sangramento vaginal anormal, o que pode começar como um fluxo discreto de sangue que gradualmente se agrava: “O principal fator de risco associado é obesidade, principalmente em mulheres acima dos 50 anos. Estima que 70% dos casos de câncer do corpo uterino são associados ao excesso do peso corporal e à falta de atividade física”, afirma.
Segundo Flávia,  a patologia traz outros fatores de risco , a exemplo da predisposição genética, diabetes mellitus, hiperplasia (crescimento) endometrial, falta de ovulação crônica, uso de radiação anterior para tratamento de tumores de ovário, uso de estrogênio para reposição hormonal após a entrada na menopausa, menarca (primeira menstruação) precoce, menopausa (quando a mulher deixa de menstruar) tardia, nuliparidade (nunca ter engravidado ou ter tido filhos) e a síndrome do ovário policístico (distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho).
Ela destaca que “as mulheres não devem presumir que o sangramento anormal faz parte da menopausa, mas sim consultar seus médicos se algum destes sintomas ocorrer e realizar exames ginecológicos de rotina”, acrescentando que a ultrassonografia transvaginal é a investigação de imagem inicial de escolha para pacientes que apresentam o sintoma usual de sangramento pós-menopausa.
“O tratamento inclui cirurgia com remoção do útero, das trompas de falópio e de ambos os ovários.  Cerca de 30% por cento das mulheres precisam de quimioterapia ou radiação pós-operatória ou ambos”, relata.
A obstetra orienta que a prevenção para esse tipo de câncer passa por manter se ativo, praticar atividade física, controlar o peso de forma saudável e discutir riscos e benefícios de qualquer terapia de reposição hormonal: “A principal mensagem que devemos passar às pacientes é que procurem o médico se houver sangramento após a menopausa”, salienta.

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