Custo do material escolar varia até 23,6% em Ribeirão Preto, mostra pesquisa da Acirp
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Preço médio de kit básico na cidade foi de R$ 290,82; região central apresentou menor valor
Levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) mostra que o custo do kit básico de material escolar tem variado até 23,65% de uma região para a outra em Ribeirão Preto.
A pesquisa, realizada pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp) de 8 a 10 de janeiro, aponta que o preço médio dos 15 itens mais comuns nas listas escolares na cidade é de R$ 290,82. A equipe do IEMB esteve em 10 papelarias distribuídas entre as cinco regiões da cidade (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro).
Foram considerados no kit básico: 2 cadernos espirais de 1 matéria; 2 cadernos brochura de 1 matéria; 1 caderno de 10 matérias; 4 lápis preto; 6 canetas; 2 borrachas;, 1 apontador; 1 caixa de lápis de cor 12 cores; 2 colas brancas; 1 tesoura; 1 régua; 1 mochila; 1 estojo; 6 marcadores coloridos e 1 pacote 500 folhas sulfite.
O valor mais baixo foi encontrado na região Central, onde os materiais custavam em R$ 264,07. O kit mais caro, a R$ 326,54, foi registrado na zona Oeste. Na zona Norte, os materiais custavam R$ 272,30. Os demais preços encontrados foram R$ 278,24 na região Sul e R$ 312,97 na zona Leste.
“A pesquisa não tem caráter fiscalizatório; apenas buscou acompanhar os custos e as variações de preços pela cidade seguindo as quantidades dimensionadas para atender a demanda do ano letivo, e o critério utilizado foi o menor preço de cada item”, explica o analista do IEMB-Acirp, Lucas Ribeiro.
O levantamento priorizou produtos básicos, sem diferenciações de temáticas ou outras variações. Os itens com maior peso no custo médio foram mochila (que representa 33,24% do valor total da compra) e estojo (11,30%).
O lápis preto teve a maior variação por valor unitário: 331,3% de uma região para outra, saltando de R$ 0,40 na zona Norte a R$ 1,72, na zona Oeste.
No caso da borracha houve movimento parecido e o produto custou até 294,7% a mais de um local para o outro, com o preço da unidade variando de R$ 0,38 (Norte) a R$ 1,50 (Oeste).
Cola branca também variou bem, com alta de até 66,7% (de R$ 2,40) na Norte para R$ 4,00 na Oeste). Lápis de cor na região central chegou a custar menos da metade do valor encontrado na Oeste: de R$ 4,20 para R$ 9,90, uma diferença de 135,7%.
A recomendação do IEMB para os consumidores é não deixar para última hora e pesquisar sempre. “Planeje com antecedência para aproveitar promoções, evitando compras por impulso e de última hora. Vale também comparar preços entre as regiões e lojas, priorizando itens necessários e essenciais”, sugere.
Pelos cálculos do Instituto, o material escolar vai consumir neste mês de janeiro 20,72% da renda de um trabalhador que recebe salário mínimo (R$ 1.518,00).
Dados da Acirp apontam que a cidade conta hoje com 302 empresas registradas no setor de Comércio Varejista de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (CNAE G-4761-0/03). Aos empresários do segmento, a entidade sugere oferecer aos clientes nesta época do ano promoções e condições facilitadas de pagamento. “É hora de investir em divulgação e diversificação de produtos para atender diferentes públicos”, afirma Ribeiro.
O pesquisador também reforça que a legislação brasileira (como a Lei Federal nº 12.886/2013) estabelece que as escolas não podem exigir materiais de uso coletivo ou de higiene na lista de material escolar e também não existe uma regulamentação específica que determine as quantidades mínimas ou máximas de cada item escolar a ser solicitado.
“As instituições de ensino têm autonomia para elaborar suas listas de acordo com o planejamento pedagógico, desde que respeitem os direitos dos consumidores e não incluam itens proibidos. É importante que pais e responsáveis analisem a lista fornecida pela escola e verifiquem se as quantidades solicitadas são razoáveis e compatíveis com as atividades previstas para o ano letivo”, pondera Ribeiro.