Mesmo com toda a crise econômica há quem invista em novos negócios e ampliações, durante a pandemia

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Por Jousy Mirelle

 

Abre comércio, fecha comércio, fase vermelha, fase laranja, fase amarela.  A única certeza, nesses sete meses de isolamento social em que os brasileiros vivem, é que ninguém tem certeza de nada. Mas, há ainda aqueles que não têm medo e mesmo com muitas empresas fechando ou demitindo funcionário, tem gente que aposta no otimismo e não abre mão de ousar. Abrir um negócio ou expandi-lo no meio disso tudo pode parecer loucura, mas pra muita gente está dando mais do que certo.

Esse é caso da sociedade das amigas Andréa Souza, proprietária da marca Agridoce, de produtos alimentícios artesanais, Maria Augusta Mussolin e Rafaela Lunardello. Elas se juntaram para expandir o negócio, que existe desde 2018. “No começo deste ano, antes mesmo da pandemia, a Rafaela, que é padeira, decidiu voltar a morar em Santa Rosa de Viterbo para ficar mais próxima da família. Ela deixou o trabalho que tinha em Ribeirão Preto e começou a desenvolver alguns produtos com a Andréa. Eu acabei entrando nessa parceria logo em abril, não foi por motivos apenas financeiros, pois eu tenho outro trabalho. Sou artista plástica e trabalho com restauração de móveis. Com o isolamento eu acabei passando mais tempo em casa e voltei a cozinhar”, conta Maria Augusta.

Maria Augusta Mussolin, Ândrea Souza e Rafaela Lunardello, as amigas que se juntaram para fazer delícias em Santa Rosa do Viterbo.

Então, a Maria Augusta mostrou o que estava cozinhando e as amigas resolveram introduzir no cardápio, que já estava sendo melhorado. Elas, que se conhecem há anos, não viram como impedimento a crise econômica causada pela pandemia. “Fomos experimentando, a clientela foi gostando”, diz ela que não divulga os números, mas afirma que toda a venda, até hoje, está dentro das expectativas criadas. Elas produzem durante a semana e entregam as encomendas aos finais de semana. Todos os produtos são frescos e livres de conservantes.

Laila Barbosa Valdevite vendia peixe por encomenda, para complementar a renda de professora. Ela viu a oportunidade de expandir o negócio e resolveu abrir o Villa Nobre, em Serrana, no dia 16 de julho, deste ano, com os cunhados. O local é um armazém com peixes, carnes, bebidas, queijos, doces, enfim, tem uma gama de produtos para quem gosta de comer bem. “Nós tivemos medo, mas já alimentávamos o sonho de abrir nosso negócio há tempos. Tivemos medo de não dar certo, mas com força de vontade nós arriscamos”, explica. Eu, Jousy, sou suspeita pra falar, mas meu “sextou” é no Villa Nobre. Sou cliente, compro sempre o que vamos comer no final de semana lá. Eu acho que foi um negócio que abriu no meio da pandemia e deu super bem. “Para dar certo ou não é preciso tentar. Se não tentarmos, nunca saberemos. Se você tem um sonho, corra atrás e faça-o acontecer. Se não for do jeito que você espera, será de outra forma. Mas, sempre tente!”, motiva Laila.

Outra personagem que usou a dificuldade para alcançar voos mais altos é a Camila Baricalla. A agente de viagens, que trabalha na área há 18 anos, se viu sem emprego quando a pandemia começou e resolveu que era hora de abrir sua própria agência de turismo, a “Por Aí! Viagens Personalizadas”. “Na verdade, eu fui demitida. Digamos que se isso não tivesse acontecido, eu não teria dado o start nesse sonho antigo. Penso que os momentos de crise nos empurram para algum lugar, nos obrigam a sair da zona de conforto e o caminho é a gente que escolhe”, conta a agente que está começando com um escritório em sua casa e atendimento online ou em visitas agendadas, para moradores de Ribeirão Preto e região.

Camila Baricalla abriu sua própria agência

Quanto ao setor ser um dos mais prejudicados durante a pandemia, ela acredita que isso, talvez, seja um ponto a seu favor. “Diante da imobilidade imposta, acredito muito na demanda reprimida pós-pandemia. Aqueles que gostam de viajar estão loucos para sair por aí, e até quem nunca gostou muito, vejo falando sobre como deseja sair, conhecer lugares novos e respirar novos ares, tão logo se sintam seguros”, conclui ela que diz ter recebido motivação para abrir seu negócio da família, amigos e até dos clientes.

 

Danilo Vilarim também se viu sem emprego e resolveu investir em algo novo. Ele trabalhava em uma instituição financeira e teve seu contrato encerrado, um pouco antes da pandemia.  “Há tempos já estava pensando em um empreendimento. Fiquei cinco meses pesquisando, estudando em que área eu poderia empreender. E foi aí que por tudo que pesquisei, vi que tudo relacionado a limpeza cresceu demais com a pandemia. Então estudei mais a fundo e tomei a decisão de abrir uma loja de produtos de limpeza e utensílios para casa. O medo bateu, claro, investir em tempos de crise, mas era a oportunidade. Aí surgiu a VILLASHOPP”, explica ele que está animado com o negócio, que deve abrir nos próximos dias. “Minha expectativa é de muito sucesso! Como  vamos atuar  em um seguimento de primeira necessidade, estamos selecionando os melhores fornecedores e as melhores marcas para oferecer aos clientes produtos de qualidade. Acreditamos na retomada e que com muito trabalho o sucesso do negócio será consequência. Gratidão a Deus por iluminar e abençoar tudo que estamos fazendo”.

Villa vem do sobrenome de Danilo: Vilarim. “O ponto também foi muito bem pesquisado e só tive a oportunidade porque o comércio anterior da rua Niterói, no bairro Lagoinha, fechou no período da pandemia. Tudo está sendo oportunidade e aprendizado. em tempos de crise. Sei que não está fácil pra ninguém. O investimento está sendo feito com muita responsabilidade e cautela, pois principalmente neste momento minimizar erros é de extrema importância. Estamos investindo e estamos muito orgulhosos em contribuir com a retomada do comércio e o crescimento de nossa querida Ribeirão Preto”, conclui o mais novo empresário.

Outra profissional que resolveu ampliar seu negócio foi Adriane Vanni, cirurgiã-dentista e especialista em Prótese, Estética Dental e Ortodontia, com atualização em Lasers Odontológicos e Clareadores Dentais. Ela resolveu reformar toda a clínica para aumentar sua gama de atendimentos e remodelar as salas que funcionarão para aulas de um curso de pós-graduação em Harmonização Facial, em Ribeirão Preto. Ela acredita que estiveram sempre presentes com ela, na mesma proporção, o medo e a coragem. “As mudanças são sempre bem vindas. Acredito que a vida é feita de ciclos e a mudanças nos trás perspectivas. A pandemia impôs uma mudança e o que temos a fazer é nos adaptar a ela”, encoraja a dentista que diz já estar colhendo bons frutos de sua decisão. “Para aqueles que estão querendo tentar algo novo eu aconselho a se reinventar. Não importa a área”, concluí a proprietária do “Instituto Vanni”.

 

Adriane Vanni investiu enquanto muitos estavam receosos

 

 

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