Parceria entre Serrana e Instituto Butantan não acaba após vacinação em massa

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Jousy Mirelle e Ariane Ribeiro

 

Durante o encerramento do Projeto S, que aconteceu no último dia da imunização em massa na cidade de Serrana, 11/04, diretor do Instituto Butantan, confirma que a parceria não terminou

A resposta que fomos atrás foi para a seguinte pergunta: Serrana terá apenas o Projeto S com a CoronaVac ou será possível ampliar a relação com o Instituto Butantan a ponto de aumentar as pesquisas na cidade? “Temos muitos projetos ainda com a cidade de Serrana”, confirma, Ricardo Palácios, diretor de Ensaios Clínicos da instituição.

Os resultados das amostras colhidas para o Projeto começarão a aparecer daqui 15 dias, período que a vacina começa a funcionar no organismo. Mas, segundo Palácios já é possível mensurar  a eficácia do antídoto, através das internações e outros números que  diminuíram durante a primeira e a segunda fase da vacinação.

Primeiros Resultados

No geral foram vacinadas 97,7% (71 – 108%) da população maior que 18 anos. Um total de 27.722 pessoas. “A nossa primeira etapa foi conquistar a aceitabilidade das pessoas. Percebemos que tivemos menor aceitação nos bairros onde existe maior vulnerabilidade social”, explica o diretor justificando onde não conseguiu alcançar o número total de pessoas cadastradas. Além de etapas a cidade foi dividida por cores. Os bairros da região Verde, alcançaram 95,6% de pessoas vacinadas. O Amarelo 96,4%, o Cinza 96,1% e o Azul foi a região com maior adesão dos moradores, 101,7%. Este é o meu bairro (Jousy).

Para o Projeto S foram  administradas 54.872 doses de vacinas, entre a primeira e a segunda fase, que durou dois meses, de 17 de fevereiro a 11 de abril. Neste período ocorreram 46 eventos adversos graves, seis óbitos por Covid-19, sendo que cinco desses tinham tomado apenas a primeira dose da imunização e um caso de morte  depois de dois dias de ter tomado a segunda.

Maria Luiza Candido, dona de casa, de 69 anos, tinha tomado a segunda dose dois dias antes de falecer, depois de contrair Covid. Segundo sua filha, Elisabete Cristina do Carmo, a mãe já vinha com a saúde debilitada há mais de um ano e meio, quando perdeu um rim. “O outro rim dela estava só com cinco por cento de funcionamento. Ela fazia hemodialise três vezes na semana por conta do problema. Ficamos arrasados. Vimos o quanto essa doença pode ser devastadora para uma família”, diz. Maria Luiza tinha mais cinco filhos e 10 netos.

De acordo com os dados, nenhum dos eventos adversos graves foi por conta da vacinação. Entre as pessoas não vacinadas, no mesmo período foram 14 óbitos por Covid-19. “Isso não é um indicador absoluto de eficácia, mas é um dado esperançoso”, explica Palácios.

Os moradores que fizeram parte do estudo serão acompanhados durante um ano pela equipe do Instituto Butantan, que ficará na cidade. “Queremos saber inclusive o que aconteceu com as pessoas não vacinadas. Esperamos que elas estejam protegidas parcialmente por viverem em um ambiente onde a grande maioria foi  imunizada. Nossas pesquisas vão até fevereiro de 2022. Vamos criar relatórios, com casos de óbitos, de doentes, observar como o vírus se comporta. Isso é a pesquisa”.

Com a cidade imunizada, o Instituto viu novas possibilidades para continuar a parceria. “Tudo está dando tão certo, tivemos uma impressão tão favorável que já estudamos novas pesquisas com este mesmo grupo. Em breve daremos notícias”, diz em tom de suspense  Palácios.

Como não gostamos de ficar curiosas e estamos ansiosas para que esta pandemia seja pelo menos controlada, estas duas jornalistas que lhes escrevem, Ariane e Jousy, foram atrás de novas informações sobre a parceria entre Butantan e Prefeitura Municipal. Apuramos que existe uma negociação para novas vacinações em massa como a da H1N1 e até contra a dengue. Torcemos para que essas vacinas andem junto com o Projeto S. Acreditamos que cuidando da imunidade, cercando a população de proteção, as chances de passar por esse momento difícil aumentam.

Nova variante

O diretor de ensaios clínicos do Butantan ainda explicou que o estudo coincidiu com a aparição da variante P1 da Covid-19 que, segundo ele, é de muito mais fácil transmissão. “O estudo vai conseguir avaliar como a vacina responde à P1. Em Manaus já temos algumas análises, mas Serrana será a prova de fogo”, conclui.

Estiveram na solenidade de encerramento: Marcos Borges, Diretor Regional do Hospital Estadual de Serrana; Ricardo Palácios, diretor de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan; Gilberto de Pádua, diretor do Instituto Butantan, que estava representando Dimas Covas, presidente da instituição e; Leonardo Capitelli e Leila Gusmão, prefeito e vice-prefeita de Serrana.

 

Números da Covid em Serrana

São 77 casos ativos de Covid-19 na cidade, 3.582 confirmados, destes 3.423 foram curados. Existem 3 suspeitos dos 11.864 notificados, sendo que 8.279 foram descartados.  Dezenove pessoas estão internadas e 82 vieram a óbito.

*Dados atualizado no dia 13/04, às 13h21. Fonte: Picovid

 

 

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