Professoras e Mães: uma linha tênue entre o amor maternal e a educação

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Eu (Jousy) lecionei por alguns anos e sei o quão é difícil separar a preocupação de mãe com a preocupação de professor. É preciso separar? É, mas em alguns momentos é quase impossível. Esse sentimento de cuidado com o aluno e zelo por suas escolhas é normal por aqueles que comandam uma sala de aula, mas para alguns isso se torna ainda mais latente, principalmente quando o mestre é uma mãe que leciona na Educação Infantil.  Quem fala sobre isso com a Revista Segura são as professoras do Ensino Infantil do COC JS, que são mães e aprenderam que o amor da professora é muito similar ao que as mulheres recebem com a maternidade. Além de ter que ensinar o que tem nos livros, elas ensinam como se portar com os amigos, como amarrar sapato, se preocupam com o aquecimento das crianças no frio, se estão doentes e até se elas comeram direito. Me digam se isso não é muito semelhante ao papel de mãe?

A professora Thaícia Silva de Lima Oliveira, 33 anos, leciona há 12 anos e dá aula no COC JS, em Serrana, para o Infantil 5 anos. Ela explica que depois que se tornou mãe do Davi, de 3 anos, começou a enxergar os seus alunos de forma diferente. “Comecei a identificar melhor quando meus alunos estavam doentes, tristes, os dias de mais agitação. Além de me aproximar mais deles, me aproximei ainda mais dos pais, pois consegui compreender melhor as aflições que eles passam diariamente”, diz.

Thaicia com seus alunos

Como não se preocupar com um “tiquinho” de 5 anos, minha gente? E de 3 anos? A professora do filho da Thaícia é a Patricia Santana, 39 anos, há 8 anos em sala de aula e também professora do COC JS. A mãe do Davi só tem elogios para a tia Pati. “Com toda certeza ela transmite amor pelo meu filho. A Patrícia foi professora dele no berçário e agora no Infantil 3 anos e eu só tenho a agradecer. Ela ensina com amor e alegria. Dá atenção a tudo que ele traz de novo; corrige com respeito, mostrando o certo e o errado; e sabe conduzir de forma tranquila a agitação de um criança de 3 anos. Ela é super profissional!”, elogia.

Thaicia, Patrícia e o pequeno Davi

Segundo a Thaicia, o fato da professora de seu filho ser mãe é um diferencial. “Ela já tem uma visão do que esperar de uma criança, principalmente dos tão pequenos. Não estou dizendo que as professoras que não são mães não são extremamente profissionais, mas é que na Educação Infantil entender a criança e as angústias dos pais é muito importante”.

A própria Patrícia falou com a Revista Segura e esclareceu pra gente o porquê alunos e ela conseguem ter um laço tão forte. “Eu acho que acabo sendo um pouco mãe dos meus alunos sim, pois o sentimento de querer bem e de cuidados são muito semelhantes aos que tenho com os meus próprios filhos”. A professora é mãe da Beatriz, de 13 anos, e do Gustavo, de 10 anos. Quando a tia Pati é questionada sobre se já confundiu os papeis de mãe e de professora em sala de aula, ela diz não saber responder, mas fala sobre doação. “Essa pergunta me fez refletir um pouco. Não sei se confundi os papeis, mas me doo ao máximo para que essas crianças que estão sob minha responsabilidade se desenvolvam por completo e isso inclui o afeto e a atenção”, declara. A professora também contou que, no começo da carreira, ela desempenhou mais o papel materno do que o pedagógico, já que deu aula em período integral. “Também já cheguei a me apegar muito à criança por conta da situação que ela vivia com a família”, desabafa.

Davi caiu e a Tia Pati cuidou dele

Não dava pra fechar essa matéria sem o registro de uma professora que é responsável pela alfabetização de crianças, no 1º Ano do Ensino Fundamental, a primeira etapa depois do Ensino Infantil.  O nome dela é Marta Cristina da Silva Durão, tem 52 anos, e leciona há 22 anos. Tia Marta diz que não escolheria outra profissão na vida. “Amo muito o que eu faço, mesmo que os professores no Brasil não sejam remunerados como merecem”. Falamos do papel que a professora confunde com o da mãe, mas e o contrário? Durão explica que chegou a confundir o papel de mãe com o de professora, principalmente dentro de sua casa, mas hoje com toda sua experiência ela consegue separar bem as coisas. “Como mãe eu queria que meus filhos fossem exemplos na escola e nem sempre é assim”, conclui a professora que se diz realizada, já que está na fase de dar aulas para os filhos dos seus ex alunos.

Marta Durão e seus 22 anos ensinando com amor

Na verdade, o que move essa confusão de papeis e esse carinho todo é um sentimento chamado “amor” e as mães, mais do que qualquer um, sabem bem como colocá-lo em prática. Mesmo que seja em casa, na rua ou dentro de uma sala de aula.

 

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