Serrana será a primeira cidade do Brasil a vacinar todos os habitantes

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A cidade de Serrana, no estado de São Paulo, com um pouco mais de 42 mil habitantes, será a primeira cidade do Brasil a vacinar todos os seus moradores. A ação será uma parceria do município com o Instituto Butantan, o HE (Hospital Estadual) e o HC (Hospital das Clínicas). De acordo com o prefeito da cidade, Leonardo Capitelli, a escolha se deu porque o município foi um dos primeiros a fazer um plano de contingência para evitar a propagação da Covid-19, em marco de 2020. O Segura na Minha Mão conversou com o prefeito, na última semana do ano de 2020 (quando ele ainda nem tinha assumido) e, em primeira mão,  ele deu a notícia à nossa revista eletrônica. Capitelli e  o Butantan acabaram de fazer uma live para toda a população de Serrana, neste sábado, 06/02, e anunciaram que Serrana terá vacinação em massa. O projeto chamado de “Projeto S” começa a vacinar no dia 17 de fevereiro. A vacina será a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o Laboratório chinês Sinovac. De acordo com o governo do estado de São Paulo a taxa de eficácia mínima da vacina ficou em 78%.

“Não é mais Projeto S, porque não é mais secreto, mas é de Serrana. Pretendemos vacinar 30 mil pessoas adultas. É claro que não vamos obrigar ninguém a vacinar, mas é preciso que as pessoas entendam que a vacina é segura e que existem muitam fakenews e muito negacionismo hoje, no Brasil. Serrana mandará suas análises para todo o país e para o mundo inteiro”, diz Dimas Tadeu Covas, diretor e presidente do Instituto Butantan.

A vacinação acontecerá por bairros e cada um deles tem uma cor diferente no mapa. “É preciso que cada um da população reconheça a sua cor e fique atento a data da sua vacinação. O nosso estudo será feito por ondas, para que seja permitido as comparações necessárias. Assim vamos comparar os números dos bairros vacinados com aqueles que ainda não receberam suas doses”, diz Ricardo Palácios, diretor de Estudos Clínicos do Butantan. Ele agradeceu ainda a receptividade da população serranense. “A pedido do Hospital Estadual de Serrana conseguimos o engajamento da comunidade. As pessoas estavam sempre de portas abertas para nos receber. Serrana era o lugar certo para fazermos esse estudo”, conclui.

Ricardo Palácios, Diretor de Estudos Clínicos do Butantan

Durante a live eles explicaram que:

-A Coronavac é segura;

-Reduz 2 vezes a chance de qualquer sintoma de Covid-19, mesmo muito leve;

-Reduz em 4,5 vezes a chance de precisar de atendimento ambulatorial ou hospilar pela Covid-19;

-Não houve casos de intervenção hospitalar entre os que receberam a vacina.

Para Marcos Carvalho Borges, docente da Faculdade de Ribeirão Preto e diretor do HE, a população de Serrana é relativamente pequena e por conta disso o estudo é viável na cidade. “Dez mil pessoas vão para Ribeirão Preto, temos na cidade teste rápido para todos que chegam com sintomas da doença, então aqui é um local favorável para nossa pesquisa”. Ele explica que as pessoas terão que tomar duas doses da vacina, com um intervalo de 4 semanas entre elas e que essas doses não estão sendo tiradas do Plano de Vacinação brasileiro. “Essas vacinas foram feitas especialmente para o nosso Projeto. Não vamos tirar do SUS, não vamos tirar de nenhuma faixa etária”, conclui.

Borges declara que o exemplo de Serrana teria que acontecer no mundo inteiro e que a cidade é privilegiada. “Com esse estudo vamos poder entender se vamos poder sair dessa pandemia. Se podemos pensar no coletivo. Se podemos pensar em comunidade. Não vamos poder dar para todos os brasileiros, mas para todos os serranenses nós vamos”, declara.

Durante a live foi feito o sorteio dos bairros que seriam vacinados primeiro e o resultado foi:

Bairros em verdes –  17 de fevereiro a 20 de fevereiro

Bairros em amarelo – 24 de fevereiro a 27 de fevereiro

Bairros em azul – 03 de março a 6 de março

Bairros em cinza – 10 a 13 de março

A partir desta quarta-feira, 10/02, será feito um cadastramento de todos os moradores, que serão orientados sobre qual região pertencem.

Antes de tudo

“Quando a doença ainda nem tinha chegado ao Brasil eu fiquei preocupado. Pensei: vai chegar na nossa cidade. Convidei algumas pessoas da administração do município, diretores do HE, do HC e membros da USP para fazer um plano de contingência. No começo eu vi que muita gente não acreditava que, talvez, o vírus pudesse tomar as proporções que tomou, mas tínhamos que estar preparados. Foi aí que pensamos em uma estratégia de comunicação com a população e de atendimentos médicos e exames laboratoriais”, conta Capitelli que na época era o vice-prefeito.

A equipe do Butantan esteve por meses fazendo pesquisas na cidade. Aqui em casa mesmo eles vieram umas três vezes (Jousy falando). Eles colheram dados, perguntavam sobre a saúde dos moradores da casa, faziam exames e sempre questionavam se nós tomaríamos a vacina, caso ela chegasse na cidade. “Na primeira vez eu respondi que sim, na segunda eu não soube responder e na terceira eu falei pra moça se ela já queria me levar (risos)”.

 

 

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