Vanessa Selegato: descobriu que o câncer trouxe a cura de tudo

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Quando eu e a Ariane fomos entrevistar a Vanessa Selegato, de 47 anos, não sabíamos que íamos encontrar uma mulher reservada, tímida e completamente emponderada. Mesmo no seu tom baixo de fala, a Vanessa nos mostrou segurança do que ela é hoje e o que foi conquistado na insegurança de toda uma vida. A protagonista da nossa história é da cidade de Serrana (SP) e tem três filhos: Júlia,  Lara e o Pedro. Ela também conta uma curiosidade da casa de sua família: sua mãe que saia para trabalhar enquanto o pai cuidava da casa, dela e de seus dois irmãos. Hoje, ela trabalha na administração dos negócios da família e diz que a mulher que lhe deu a vida a ensinou que o que pode deixar para os filhos é o trabalho.

Vanessa Selegato, a nossa protagonista

Primeira grande dor

Vanessa se casou com seu melhor amigo, aos 23 anos de idade. Era pra ter sido uma história de amor, daquelas que a gente vê em comédia romântica de adolescentes, mas o improvável aconteceu. Em dez meses, a Vanessa casou, ficou grávida e se viu viúva. Quando ela fala do Rodrigo, seu primeiro marido, conseguimos ainda sentir o carinho enorme pelo homem que deu a ela uma filha, mas deixou as duas depois de morrer em um acidente de trânsito. “Eu venho de uma família espírita. Minha preocupação é que ele tivesse sofrido. Olhei no caixão e não vi nada. A gente nasce e tem que voltar”. É com essa frase que a Vanessa começa a contar sua história.

Lara, Júlia e os avós maternos

“Voltei para a casa dos meus pais. Minha família foi tudo pra mim. Meus irmãos foram maravilhosos comigo. Meus pais acolheram a mim e a Júlia com muito amor”, conta.  Mesmo com todo o acolhimento da família e do pai, que ela disse que cuidava muito bem de sua primogênita, ela conta que não se lembra de nada do que aconteceu nos dois anos seguintes ao acidente. “Eu vivi no automático. Não consigo me lembrar da Júlia pequena. Eu não estava ali. Não queria sentir aquilo. Eu chorava nas madrugadas. Meu sonho era casar, ter filhos e me via naquela situação, então eu treinei o sorriso. Infelizmente, hoje, eu sei que tinha que ter integralizado tudo melhor. Fugi de sentir o luto. Não me dei o direito e passou”.

Quanto ao relacionamento com a filha, Vanessa sente que podia ter feito mais, mesmo estando perto da Júlia ela disse que a relação das duas era como se a filha fosse sua irmã mais nova. “Meu pai era um super pai. Cuidava dela, a levava ao sítio, estava ali para tudo”, explica a mãe que conseguiu pedir perdão para a filha anos depois, quando ela já era adolescente. “Ela disse que eu não precisava pedir perdão de nada, que ela foi muito feliz ao meu lado sempre”, relata emocionada.

Gravidez depois dos 40

Depois de alguns anos, Vanessa conheceu o Fernando, seu atual marido e pai de seus dois filhos mais novos (Lara, 16, e Pedro, 4 ). O companheiro é da cidade de Cravinhos e seis anos mais novo que ela. Segundo Vanessa, a Lara foi planejada e muito esperada, mas aos 42 anos ela se viu grávida novamente. Só que dessa vez não foi da mesma maneira.

Vanessa e o marido Fernando

“Eu descobri que estava grávida já com três meses. Novamente, eu não quis integralizar o que estava acontecendo. Parecia que aquilo estava errado, tanto é que não percebi nada de mudança no meu corpo. Depois de dois dias que a Júlia fez vinte anos o Pedro nasceu”. Parece que a mãe ainda não tinha nascido com o Pedro, mas aos poucos Vanessa foi entendendo  que ela era mãe de novo e já não se achava na idade certa para a maternidade novamente.

Vanessa com o caçula Pedro

A doença foi a cura de tudo

“O Pedro nasceu em 2018 e eu descobri que estava com câncer de mama em 2020”. Vanessa diz não ter se permitido viver a dor com a morte do primeiro marido e nem o nascimento do terceiro filho, aos 43 anos de idade, mas foi com a doença que é tão temida por todos que ela conseguiu entender que era preciso viver. “Eu consegui integralizar a doença porque eu queria me curar. Eu precisava da cura. Além disso, eu sempre fui muito orgulhosa. Nunca fiquei em uma cama. Descobri que por muito tempo eu fiquei com medo da vida, que eu tinha muitas coisas dentro de mim que não se curavam. O câncer veio para me mostrar maturidade e aí veio o meu despertar”, explica.

“Quem ia cuidar de quem?”

Vanessa disse que teve um dia que olhou para a família e viu as filhas, o marido e um bebê, e ficou pensando quem cuidaria de quem. “Quem ia cuidar do Pedro? Quem ia fazer isso pelo meu filho? Tinha que ser eu. Fiz o tratamento todo certinho, precisei fazer duas cirurgias e hoje estou curada”. Ela relatou que durante esse processo foi adepta também ao B.E.M. (Medicina  Bioenergética) e que as sessões foram cruciais para o seu autoconhecimento e suas curas. “A Fabiana Pedroso me ajudou muito com o B.E.M. Foi lá que consegui entender tudo que se passava comigo. Comecei a redescobrir o que eu gostava. Passei muito tempo com medo da vida. Hoje eu me priorizo. Estou pegando mais pesado na academia, cuido dos meus filhos com alegria e quando estou cansada me permito falar: hoje não”, conta.

As curas de Vanessa vieram com crescimento e com conhecimento. Ela aprendeu o que toda mulher deveria aprender. “Nós temos  a mania de nos moldarmos para agradar o outro. A mulher tem  necessidade de se sentir amada. Quer carinho? Dê carinho, mas antes se dê carinho. A minha escolha foi a chavinha que virou pra mim”, ensina a mulher que hoje se permite ser feliz.

 

 

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